Mulherzinha.com
Para todas as meninas que se identificam com essas histórias. Para todos os meninos curiosos sobre as manias femininas. Para os desinformados que acreditam que mulheres são anjinhos infantis e intocáveis. Para os machistas e para as feministas me odiarem. E, finalmente, para que eu não me sinta uma louca cheia de manias estranhas e encontre parceiras nas maluquices.


sexta-feira, março 12, 2004  

Abrindo Precedentes

Descobri recentemente que em relacionamentos tudo é negociação: se você quer alguma coisa que sabe que o seu namorado não concorda, tem que barganhar discretamente pelo seu desejo. Uma situação que sempre acontece comigo e com meu respectivo é a decisão de ir ou não ir para lugares bagaceiros (dá pra adivinhar que sou eu que sempre quero cair na lama da bagaça e é ele, homem sério, que sempre resiste). Confesso que na maioria das vezes eu perco o jogo e ele acaba não indo – mas eu vou sozinha, só pra implicar. Eu sou muito mirim quando a questão diz respeito à vida a dois.

O problema é que quando o seu cônjuge faz um esforço para fazer uma vontade sua, você está dando uma oportunidade para que ele peça o mesmo. Por exemplo: festa de família. Uma vez que a insistência tenha partido de um lado, o outro lado vai se sentir no direito de exigir o mesmo. Denominei o ato de exigir algo sabendo que esse algo voltará em forma de outra exigência de Abrir Precedentes (nota: o termo foi copiado da Baxt. Mas ela sabia que eu ia usar pra fazer um texto aqui, por isso não serei processada).

Vamos aos exemplos práticos:

Maria, que namora João, continua amiga de seu ex, o José. Um dia, José faz aniversário e decide dar uma super festa. Convida Maria, que não só resolve ir, como comunica a João que ele vai também. Resultado: Maria, sem saber, abriu precedente para que João compareça a festas de suas ex-namoradas, qualquer uma delas, até aquela em que a história ficou mal resolvida.

Namorar é realmente muito difícil. Os que conseguem com sucesso deveriam estar envolvidos nas negociações de paz no mundo.

posted by Unknown | 4:59 AM
 

A voz de bebê

Existem coisas que eu abomino e que, mesmo assim, inexplicavelmente, me pego fazendo. Uma delas é a voz de bebê. Esse fenômeno só ocorre quando estou namorando e quando me dirijo, obviamente, ao meu namorado. Tem a ver com aquela vontade que está escondida, debaixo de anos e anos de solteirice, no fundo do meu ser: a de ser mimada.

Homens reclamam, mas na verdade gostam quando as namoradas fazem voz de bebê. O lance é que, nessa hora, elas mostram como são frágeis e necessitadas de suas companhias viris e másculas. Homens adoram se sentir viris e másculos, protetores e resolvedores de questões. E as mulheres, vez ou outra (talvez por preguiça mesmo), deixam que eles ajam assim.

Quando usada em público, a voz de bebê é pagação de mico. Principalmente se, no momento, o casal estiver cercado de amigos solteiros. Talvez os comentários jocosos não surjam na frente dos dois, mas virão, com certeza, mais tarde (provavelmente quando os amigos solteiros estiverem reunidos sem o casal).

Nas horas em que me pego fazendo voz de bebê, respiro fundo e mentalizo: “Não tenho cinco anos. Tenho 26”. Meu namorado ajuda a identificar esses momento gritando “Voz de bebê, não! Voz de bebê, não!” E assim eu, independente, moderna e bem resolvida na medida do possível, me encho de vergonha e volto a falar que nem gente. Voz de bebê só é aceita na hora de falar com animais. E, mesmo assim, com restrições.

posted by Unknown | 4:56 AM
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