Mulherzinha.com
Para todas as meninas que se identificam com essas histórias. Para todos os meninos curiosos sobre as manias femininas. Para os desinformados que acreditam que mulheres são anjinhos infantis e intocáveis. Para os machistas e para as feministas me odiarem. E, finalmente, para que eu não me sinta uma louca cheia de manias estranhas e encontre parceiras nas maluquices.


terça-feira, agosto 05, 2003  

As mulheres e os sinais do mundo

Que vergonha dizer isso. Mas eu tenho mania de ver os sinais do mundo. Melhor dizendo: eu tenho mania de interpretar os sinais que o mundo me dá.

Interpretar os sinais do mundo significa achar respostas para questões vitais (“ligo ou não ligo? Peço aumento ou não peço? Compro ou não compro?”) em objetos inanimados ou eventos insignificantes do dia-a-dia. Por exemplo: se eu quero saber se devo viajar ou não esse final de semana, eu pego um dado e mentalizo: se der par é porque devo, se der ímpar é porque não devo. Jogo o dado. Vejo o resultado. Tomo minha decisão.

Ok, se você considera isso loucura, provavelmente você é homem. Eu achava, pra variar, que era a única que fazia isso. Descobri que não, que essa é uma prática comum dentro do mulherzinha way of life, quando peguei um dado eletrônico de uma amiga e mentalizei uma pergunta e obtive uma resposta... negativa. Fiquei meio triste. Ela percebeu e perguntou se eu estava fazendo perguntas pro dado. Eu disse que sim (corando), e depois ela confessou que também fazia isso. Aí foi um alívio. Menos uma tonelada de culpas do tipo “como você é ridícula” foram arrancadas de sobre os meus ombros.

Só que a maluquice não pára aí. Porque existe a regra do Melhor de Três. Por exemplo: a questão é saber se devo ou não ligar para um cara. Na verdade, eu quero ligar. Mas não sei se devo (se vou ser bem recepcionada, etc. Inseguranças básicas que nos perseguem mesmo quando não estamos na TPM). Então eu olho em volta e vejo se existe um relógio digital perto de mim. E aí eu penso que se os minutos forem um número par, eu ligo, caso contrário, não ligo. Olho o relógio: ímpar. Daí eu penso: não valeu. Não valeu porque... porque... ah, porque eu não mentalizei a pergunta direito. Faço de novo e dá par. Daí eu penso: ufa, deu par. Mas, pra tranqüilizar a minha consciência - que é extremamente correta - eu olho uma terceira vez. E ligo.

Se por acaso eu só obtiver números ímpares eu penso: foda-se. E ligo pro cara.

Existem também os sinais do acaso. Se alguém passa com uma blusa da banda que o meu... er... objeto de interesse ouve, eu imediatamente acredito que ele está pensando em mim naquele momento. Pensando muito, e de forma apaixonada. Fico até feliz. Como a vida pode ser simples às vezes.

Existe também a modalidade do “Não era pra ser”. Essa consiste no seguinte: ligo pro celular do cara (sempre ele (s)) e, se der fora de área ou caixa postal, penso: “não era pra ser”. Isso não me consola, é claro, e eu acabo ligando mais tarde.

Vá entender. A gente preza bastante o acaso, atribui a ele nomes bonitos e pomposos – Destino, Amor à primeira vista, Almas Gêmeas – mas ignora que acaso e caos são irmãos que andam de mãos dadas. E que pra eles não há explicação que caiba.

Por outro lado, se essa mania não fosse totalmente sem sentido, não seria uma mania feminina. Seria uma mania masculina. E eles que fiquem com todo esse racional acumulado. Eu ainda prefiro acreditar no inacreditável.

posted by Unknown | 3:34 PM
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